O Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza na próxima sexta -feira, 29, às 14h30 na Sala de Multimeios do NEPSA, a defesa de Mestrado da aluna Alana Cristina Bezerra de Medeiros. O trabalho tem como tema “O debate no CBAS e ENPESS sobre o trabalho do assistente social com famílias: caminhos e (des)caminhos.”, e tem como objetivo o debate sobre o trabalho do assistente social com famílias no âmbito do Congresso Brasileiro de Assistente Sociais (CBAS), e do Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS).
Participam da banca de professores Ilka de Lima (UFRN), Rita de Lourdes Lima (UFRN) e Mônica Alencar (Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ).
Confira o resumo oficial do trabalho:
Esta dissertação tem como objeto o debate sobre o trabalho do assistente social com famílias no âmbito do Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) e do Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS), levando em consideração a presença histórica da família no trabalho profissional e nas políticas sociais públicas, nas quais o assistente social atua. Objetivamos realizar uma análise comparativa entre as discussões travadas nos dois eventos e identificar e analisar as questões, desafios e aportes teóricos apontados pelos autores no que se refere ao trabalho do assistente social com famílias. Seguindo uma abordagem qualitativa utilizamos como estratégia de coleta e construção de dados a pesquisa bibliográfica em torno do tema, a partir dos Anais do XI, XII e XIII CBAS e do X, XI, XII e XIII ENPESS. A escolha por tais eventos se deu pelo fato de serem importantes canais de difusão da produção intelectual do Serviço Social em âmbito nacional. Escolhemos para realizar nossa análise 30 artigos (19 trabalhos do CBAS e 11 do ENPESS). Assim, com a problematização do debate presente nos trinta artigos analisados, identificamos reflexões e orientações mais críticas sobre o tema, como também a persistência de concepções e formas de intervenção tradicionais, pautadas no julgamento quanto ao desempenho de papéis familiares e orientadas numa perspectiva de reestruturação do núcleo familiar, através do incentivo à potencialização das capacidades internas das próprias famílias para a resolução de seus problemas. Além disso, observamos que os autores das publicações do CBAS apresentam, de modo recorrente, um maior detalhamento das características metodológicas que permeiam as ações profissionais desenvolvidas com famílias, descrevendo com maior clareza os instrumentos e técnicas utilizados, as formas de abordagem e os objetivos profissionais. No entanto, apontam, por vezes, para caminhos contrários a perspectiva histórico-crítica hegemônica na profissão, ao expressarem concepções restritas e estereotipadas de famílias, que, por vezes, se expressam no direcionamento conservador das ações profissionais. Já as publicações do ENPESS explicitam um debate mais voltado para a construção de reflexões teórico-metodológicas sobre o trabalho com famílias e, apesar de não se deterem no detalhamento de propostas de atuação profissional, nem descreverem de forma minuciosa os procedimentos, formas de abordagem, instrumentos e atividades desenvolvidas, os autores constroem reflexões teórico-críticas fundamentais para o entendimento dos desafios que giram em torno da atuação profissional com famílias na contemporaneidade. Essas e outras questões confirmaram a tendência, no âmbito das produções analisadas, quanto ao restrito e frágil debate da categoria profissional acerca do trabalho com famílias, sinalizando a necessidade de mais estudos e discussões sobre o tema.
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